domingo, junho 13, 2010

O Extravagante (8) - O Fim.

O Extravagante estava à mesa do jantar com a mulher. Toda a vida viveram juntos.
Ela dizia-lhe que ele só sabia incomodar as pessoas e que estava na altura de voltarem para casa. O Extravagante bateu com a mão na mesa, gritou, e com as poucas forças que lhe faltavam Ele disse: Eu só quero que ninguém me chateie.
A mulher calou-se, o velho Extravagante estava fraco e o seu fim estava próximo. A mulher perguntou-lhe se podia ir dormir, Ele não respondeu. Foi nesse momento que o Extravagante percebeu que estava a desenvolver um certo desprezo pelo próximo. Não fazia isto por mal, fazia mesmo por necessidade.
Um dia conheci este Extravagante, não era mau, só não tinha a certeza de gostar de pessoas.

Sem comentários: