domingo, fevereiro 12, 2006

Diário de um simples que até lê umas coisas-1

"I believe that, through the act of living, the discovery of oneself is made concurrently with the discovery of world around us, wich can mould us. A balance must be established between these two worlds - the one inside us and the one outside us. As the result of a constant reciprocal process, both these worlds come to form a single one. And it is this world that we must communicate." Henri Cartier Bresson.

Querido Diário

A príncipio esta frase deixou-me estúpido. Não estava nada à espera, devo confessar, de ler uma coisa que me dissesse tanto, escrita por um fotógrafo. Não é de esperar que os fotógrafos escrevam coisas que nos toquem tanto. Ainda por cima uma frase saída da Enciclopédia das Filosofias Baratas. Não estava à espera mas tocou-me.

Há que respeitar o senhor. Há que sempre respeitar um senhor que tira fotografias como este senhor as tirava. São olhos de outro mundo, sensíveis a uma luz própria, que vêem um outro mundo (não obstante ser também o nosso) onde não nos quisemos dar ao luxo de entrar.

É o mundo da Magnum.

Por vezes gostava de ser aquele soldado espanhol morto na guerra civil. Só para poder entrar pela lente do Robert Capa, só para poder ser tornado em sais de prata, tornado contraste entre preto e branco, só.

Como isso já não é possível, espero ao menos ganhar o Euromilhões.

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