Os olhos dentro das minhas órbitas começam a ficar embaciados. Não se conseguem voltar para si próprios, vão ficando mais cansados. Eles que saiam das órbitas, eles que me tragam coisas novas. Eu fico bem sózinho, a sério. Sem olhos, quero ficar uns tempos sem olhos e sem ouvidos. Não aguento as expectativas dos sentidos. Os meus sentidos induzem-me sempre ao erro, não quero. À medida que os meus olhos vão ficando calcificados nas minhas órbitas, vou ficando também com menos certezas.
Adoro não ter certezas.
Adoro escrever textos originais e textos como este...
Calcificados.
Tempo, não voltes para trás e se vires que te puxam para trás, não te esqueças de dar o esticão que rebenta com o cordão de ouro mole.
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