sábado, agosto 28, 2010

esticão para a frente.

Os olhos dentro das minhas órbitas começam a ficar embaciados. Não se conseguem voltar para si próprios, vão ficando mais cansados. Eles que saiam das órbitas, eles que me tragam coisas novas. Eu fico bem sózinho, a sério. Sem olhos, quero ficar uns tempos sem olhos e sem ouvidos. Não aguento as expectativas dos sentidos. Os meus sentidos induzem-me sempre ao erro, não quero. À medida que os meus olhos vão ficando calcificados nas minhas órbitas, vou ficando também com menos certezas.
Adoro não ter certezas.
Adoro escrever textos originais e textos como este...
Calcificados.
Tempo, não voltes para trás e se vires que te puxam para trás, não te esqueças de dar o esticão que rebenta com o cordão de ouro mole.

domingo, agosto 22, 2010

já estive lá.

Hoje cheguei a casa e não gostei de chegar a casa, porque era a minha casa. Senti-me preso, aliás, eu estou preso à minha própria vida. Nem deixo que ela respire e ela não deixa que eu próprio respire. Tudo acontece rápido e tudo fica a meio, nada acaba, tudo não se transforma, tudo fica simplesmente a meio.
A liberdade que eu pensava que tinha fica a meio.
Os meus pensamentos ficam a meio.
Eu fico a meio, quando o que realmente quero é ficar no meio e não sair de lá.
Vou voltar a comer Cerelac e puxar pelas minhas memórias afectivas do tempo em que eu era o centro do mundo.

sexta-feira, agosto 20, 2010

um dia atrás do outro.

Ando a pensar mudar de mundo, mas não consigo arranjar nenhum que fique em conta.
A solução pode muito bem ser enterrar a cabeça na areia.
Mas prefiro pensar que melhores dias virão.
Vou continuar a tomar banho todos os dias.
Seja o que Deus quiser.
(desculpem)
Seja o que eu quiser.