Engasgo-me no que quero realmente dizer porque o chão tem demasiados sulcos. Cada tropeço é uma ferida que fica para sempre. A ferida não se fecha sem um bela despedida, é daquelas que abre com o tempo. Agora está na altura de estancá-la por muito tempo, se calhar até para sempre. Está na altura de fazer o pino e ver se as mesas da minha sala caem em direcção ao tecto.
Espero conseguir desaparecer tão bem como tu fazes, começar do zero. Quero sacudir as mãos e ver que me livrei de mim. Pelo menos o bocado de mim que agarro nas minhas mãos. O bocado que és tu e que nunca há-de ser mais ninguém.
Há um fosso enorme entre nós os dois. Por mais que salte caio sempre. Agora já não quero saltar, bati demasiadas vezes com a cabeça e devo estar a perder a lucidez. A lucidez não me faz muita falta, o problema são os galos na cabeça.
Claro que não percebes que isto é para ti.
Agora só o vento... adeus.
Não, não é assim.
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