"É preciso que o escritor se deixe apanhar pelo livro como se fosse uma doença".
Contou que a mãe o ensinou a ler quando, com quatro anos, esteve de cama com turbeculose. Lia os livros de Flash Gordon e Mandrake e os romances de cordel de uma empregada doméstica.
O avô, um oficial de cavalaria, achava que os livros eram coisas de maricas.
Outro avô, que vivia em Nelas, apenas lia os obituários.
Lobo Antunes imita então o avô, como se estivesse a ler o mesmo jornal: "Ele dizia: 'Que idiota, morreu aos 42 anos. Que tonto, morreu aos 51 anos.' Esse era o seu triunfo, ser mais velho que aqueles que morriam.
Eu comecei a escrever os obituários do Flash Gordon e do Rato Mickey, estas foram as minhas primeiras influências literárias".
in DN, 28/04/2006
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Quem me dera la chegar aonde este homem chegou sem cair num daqueles obituarios.
Diria de mim, "Que idiota, perdeu-se de si aos 20 e poucos anos"
2 comentários:
Lá está..."A arte de não cair".
Cai, mas levanta-te!
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