Muitas vezes tenho a tendência de criar memórias falsas. Dou por mim a ler livros e tomar os acontecimentos como meus. Esses acontecimentos ficam gravados na memória e eu passo dias inteiros a tentar repeti-las. As memórias da história, das revoluções que deixam as coisas tal como estão, das guerras entre homens de carne e osso. Quando penso nas minhas memórias chego a ver uma figura de barba branca, com um ar digno. Esta memória é de Deus, mas ao ver este homem, olho para os mendigos da rua que também têm barba branca, e penso que a razão para não fazerem a barba há-de ser muito diferente da de Deus. A partir daqui, invento as razões e tento repetir as memórias, na esperança de as poder viver um dia.
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