segunda-feira, setembro 11, 2006

Palco de espectros.

Foto de Gonçalo Morais

Debaixo de um céu escuro, no meio dos mistérios do nevoeiro, um palco grande ilumina-se. Um sorriso, um olhar, uma risada, a fúria de uma morte ou de uma loucura.
As personagens enchem o palco cheio do pó das estrelas. O arco espelha o rosto de dois irmãos, dois animais que se preparam para atacar em contra luz. O público dá a primeira risada quando o cómico dá a deixa, ou então chora quando o príncipe enlouquece ou então quando o coração sai destroçado.
Em cima de geometria andam as personagens, numa corte de espelhos que reflectem na floresta encantada e atrás das torres do castelo. Há qualquer coisa que não pode ser magia. Os dedos, o nariz e as orelhas caem no chão.
O primeiro projector acende. Qualquer coisa vindas das entranhas chama por nós, a ansiedade é enorme, a palavra fica gigante e os olhos, as mãos e os pés também.
A personagem entra, a personagem sai, a personagem agradece. A personagem morre. Tudo volta ao inicio.
Palco de espectros, palco vazio.

2 comentários:

Sérgio Xavier disse...

Tudo o que nasce tem de morrer. Este acabou e, ao que vi, foi uma vitoria, uma grande vitoria. Venha o proximo: la estarei, nem que seja so para dar uns toques de bola nos furos.

Muitos parabens tambem pelo que escreveste. Gostei de te ler.

Yakunna disse...

Já dizia Shakespeare: "a vida é um palco..." nós somos os actores!

Para mim o palco é uma vida, e quando subo lá para cima, sou nhua, sou doll, sou quem eu quiser e souber ser!! adoro!

suspeito que também tu adoras ser esses todos! força! torço por ti!!

bj